Bastidores mais que atribulados, rusgas, elogios e exigências de Dana White, mudanças para bem ou mal. Jon Jones x Vitor Belfort, luta principal do UFC 152, de sábado (22), tem uma série de ingredientes que pululam por todos os lados.
White gosta de lidar com o UFC como se fosse uma grande família, mas a sinceridade ímpar muitas vezes esbarra na pura falta de diplomacia. Muitos o acham exagerado por criticar publicamente os próprios lutadores de forma rude, quando estes erram ou vão contra o que é estipulado. Desta vez, empurrou toda responsabilidade do amargo cancelamento do UFC 151 nas costas de Jon Jones, que não aceitou a mudança de oponente (Dan Henderson por Chael Sonnen), a oito dias do combate.
Vitor Belfort aceitou entrar de cabeça no combate mais inusitado dos últimos tempos. E no geral, a disputa por reputação deixou de ser algo subjetivo e ganhou requintes de dramalhão. O 'patriarca da família' não é lá muito de guardar rancores, mas Jones sabe que a carga será redobrada para provar que é muito mais do que um dos filhos mais novos e rebeldes, que merece umas palmadas para aprender a respeitar hierarquias.
Jon JonesBelfort figura agora como um primogênito mais tranquilo - do tipo 'queridinho dos avós' -, que se abrigou a vivência para abusar da ousadia e entrar de sola no novo desafio. Mesmo se for derrotado copiosamente seguirá com moral por ter aceito (ou pedido) a complexa empreitada de imediato.
Será isso mesmo? Toda inversão e reinversão de papéis sempre dá margem para muito assunto. Quem é o herói, quem será o vilão? A postura falante, doutrinária e repleta de frases feitas de Belfort divide opiniões no Brasil e não polariza mais tantos fãs como antigamente.
Jones, a revelação mais letal surgida nos últimos tempos, não é uma fortaleza tão intransponível assim no sentido pessoal. Já se envolveu em acidente de trânsito embriagado e luta constantemente para angariar mais fãs leais dentro da empáfia generalizada do exigente público norte-americano. Agora, o objetivo será limpar a barra com tudo e todos.
Metáforas infames à parte, por tudo que aconteceu fora das grades do octógono o clima vai na toada clichê e datada do 'mocinho e bandido'. Felizmente - e como sempre - é dentro da arena é que todo 'blablablá' finalmente se resolve. Falta muito?
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