Bonnar x Spider: de verdadeNas décadas de 1980/1990, o campeão mundial de kickboxing Benny 'The Jet' Urquidez dominava com tantas sobras o esporte que as redes de televisão exigiam cláusulas especiais para que o lutador segurasse o combate em pelo menos três assaltos e assim não prejudicasse as cotas de publicidade vendidas e os patrocinadores em cada ocasião.
O tempo passou e chegamos ao UFC Rio 3. Ao contrário do que muitos ainda cogitam, Anderson Silva não aliviou em nada o combate contra Stephan Bonnar. Não houve armação, 'marmelada' ou qualquer teor mambembe semelhante ao do primeiro parágrafo deste post. O nível de competição mudou, o senso de profissionalismo também. Além de fazer o complicado parecer simples, a disparidade técnica totalmente favorável ao Spider fez diferença brutal... mais uma vez.
No MMA, nunca houve espaço para o 'quase'. Um simples escorregão ou vacilo pode colocar tudo a perder. Mesmo contra um adversário teoricamente 'mais fácil' como Bonnar (semi-aposentado e não competia há um ano), o Spider obviamente não queria arriscar o cartel até aqui impecável na organização. Fez o que todos esperavam. Teve a chance e detonou o adversário em poucos minutos.
Anderson pode não ter o soco mais forte, o chute mais potente, o queixo mais duro e nem é o cara mais forte do Ultimate. Mas sua obstinação meticulosa em melhorar e seguir dominante no esporte é mistério cabal ainda a ser desvendado por adversários, especialistas e curiosos de plantão.
Quer você concorde ou não, periga o Spider ser o maior nome da história em todos os esportes de combate. Concordo com a premissa de que é preciso valorizar os momentos em que ele estiver em ação, como qualquer outro grande ídolo de qualquer modalidade.
Alguns posts atrás, escrevi que Anderson x Bonnar teria de ser levado em conta mais como outra boa chance de assistir o brasileiro em ação com frequência maior que a usual. Pura verdade. Mesmo ainda declaradamente em marcha lenta, a contagem regressiva para o fim da carreira já começou.
Anderson reconhece a todo momento que o MMA é um dos esportes em que há muitas maneiras de vencer e perder, e que os lutadores nunca atingem um grau de preparo suficiente. Há sempre algo novo para aprender e problemas para resolver. Será que se abrigar nessas máximas é o grande segredo? Bem provável.
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