Nos últimos dias, a chance pelo tão aclamado título dos meio-pesados do UFC ganhou ares de 'rifa'. Não se tratava mais de merecimento, ranking ou hierarquia, e sim de quem tinha mais coragem de aceitar a empreitada.
Vitor Belfort agarrou com unhas e dentes a chance de ouro e atestou o fato mais inusitado da temporada de lutas 2012. Assim, certamente ganhou pontos com os fãs pelo fato de ter aceito o compromisso contra Jon Jones em 22 de setembro, no UFC 152, após toda confusão que culminou no cancelamento completo da edição 151.
O Fenômeno se preparava para o desafio contra Alan Belcher, no UFC Rio 3 (153), agendado para dia 13 de outubro, mas topou acelerar o passo e estar pronto para a complicada empreitada frente ao campeão meio-pesado. Além disso, aproveitou a deixa para, além de encher os bolsos com boas (e merecidas) cifras, encarar o fato como prova de hombridade.
Com 14 vitórias por nocaute em uma carreira marcada por contusões, Belfort recentemente havia sido muito contestado por ter quebrado a mão pouco antes do combate contra Wanderlei Silva, no que seria a final do TUF Brasil. O Cachorro Louco disse que o adversário na verdade era mentiroso e tinha medo de enfrentá-lo. Isso rendeu quilos de polêmicas, provas e contraprovas.
Na prática, o lutador brasileiro (1,82 m) vai ter de lidar com diferença monstro de envergadura para o norte-americano (1,93 m) (cerca de 27 centímetros) para ter atuação convincente. As cartas - e a fórmula mais direta - já estão na mesa.
Também acho a postura marqueteira um pouco forçada e todo aquele discurso doutrinário de Belfort batido e exagerado na maioria das vezes. Mas se muita gente agora comenta e se convenceu (precocemente?) de que Jon Jones é 'um campeão sem coração', o mesmo não pode ser dito do adversário que terá pela frente em 22 de setembro. O resultado da luta, seja qual for, desta vez não abalará o senso de dignidade.
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