segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Lyoto Machida 'pipocou' para Jon Jones?



Vamos tentar resumir a história, mesmo que boa parte dos que acompanham o blog já sabem: o desafiante Dan Henderson se machucou a 8 dias do UFC 151, e o campeão Jon Jones ficou momentaneamente sem adversário.
A cúpula da organização ofereceu Chael Sonnen, Jones recusou. Dana White surtou e cancelou o evento completo. Em seguida, disse que Lyoto Machida (previamente credenciado como postulante ao título após vitória sobre Ryan Bader no começo de agosto), seria o próximo oponente de Jon Jones e o combate aconteceria no UFC 152, dia 22 de setembro.
Alegando pouco tempo hábil de preparo, Machida negou enfrentar o campeão na data oferecida, mas disse que o faria se o compromisso ficasse para o UFC Rio 3, em 13 de outubro. White não quis e colocou Belfort contra Jones na edição 152.
O ato do carateca brasileiro levantou a sobrancelhas dos mais imediatistas e atestou o velho jargão esportivo do 'pipocou?'
A resposta é não. No meio de todo o imbróglio, o primeiro em condições plenas de ter poder sobre o 'sim' e o 'não' certamente era Machida. Tudo bem que muita gente vai alegar que ele é reincidente pelo fato de ter se negado a substituir (também às pressas) o lesionado Phil Davis contra Rashad Evans, em 2011. Como não tinha lutas agendadas e não treinava pesado, carateca quis compensar a situação de risco pedindo 'bolsa de Anderson Silva' para aceitar a empreitada. Isso enfureceu pra valer Dana White, que deixou o Dragão 'na geladeira' por alguns meses.
A situação atual não é tão semelhante. Não houve ultimato, e Machida se viu forçado a recusar uma luta que gostaria muito de fazer. O tempo foi o grande inimigo, e a intuição valorizada.
O time de Machida valoriza níveis estratégicos, estudos de oponentes e outros detalhes do tipo como poucos. Assim, prefere camps de treinamentos mais extensos. E sabe que não dá para torrar uma nova chance contra Jones - contra quem Machida foi finalizado em dezembro de 2011 -  na condição de 'mais ou menos'. A recompensa não valeria o risco? Ficou claro que não desta vez.
A sequela de tudo isso é que Machida retrocederá alguns degraus e provavelmente terá de encarar mais um ou dois adversários antes de chegar novamente à condição de desafiante direto ao tão cobiçado cinturão. Ossos do ofício. E, neste caso, da razão.

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